A maioria da oposição fez cair a redução das taxas de IRS proposta pelo PSD e pelo CDS-PP e prepara-se agora para votar uma versão diferente da colocada em cima da mesa pelos partidos que suportam o Governo minoritário de Luís Montenegro.
Na votação na especialidade que está a decorrer esta manhã no Parlamento começou por ser votado o texto que os partidos da Aliança Democrática (AD) apresentaram em substituição à proposta de lei original do Governo. E, no xadrez parlamentar, o posicionamento do Chega foi decisivo para o chumbo. O PS, o Livre, o PCP e o BE votaram contra a alteração e o Chega absteve-se, o que fez com que a iniciativa não obtivesse o número de votos suficientes para passar. Só contou com os votos favoráveis dos dois proponentes (PSD e CDS-PP) e da Iniciativa Liberal.
A votação ainda está a decorrer e segue-se, agora, a votação da proposta do Partido Socialista, que tem uma descida de taxas nos seis primeiros escalões de rendimento, e não nos oito primeiro, como propunham o PSD e o CDS-PP.
Logo depois da votação, o deputado do PSD, Hugo Carneiro, tomou a palavra para dizer que o resultado mostra que há um “conluio” entre o PS e o Chega e criticou a oposição dizendo que o desagravamento fiscal pensado pela AD é “muito maior” e que, no figurino de descida das taxas dos primeiros oito degraus, 70% da redução dirige-se a quem está nos cinco primeiros escalões.
O tom de dramatização da AD acentuou-se pela voz do líder parlamentar do CDS-PP, Paulo Núncio, que carregou nas críticas, dizendo que os partidos da oposição estão a bloquear o trabalho dos partidos do Governo.
Núncio diz que, “mais uma vez houve uma coligação negativa” do PS e do Chega e, numa analogia com o momento em que o PS contou com os votos dos partidos à esquerda durante a primeira parte da governação de António Costa, descreveu este momento como uma “cheringonça”. É a “’cheringonça’ no seu esplendor e a política portuguesa no seu pior”, rematou.