O Qatar disse esta terça-feira ter entregado uma proposta israelita ao Hamas que reflecte as posições comunicadas pelo Presidente dos EUA, Joe Biden, acrescentando que o documento está agora mais próximo das posições de ambos os lados.
O Qatar, que tem sido mediador em Gaza entre Israel e o Hamas, também sublinhou que deve existir uma posição clara de ambos os lados para que seja fechado um acordo de cessar-fogo, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros durante uma conferência de imprensa.
“Estamos a aguardar por uma posição israelita clara que represente o Governo inteiro, em resposta à proposta para Gaza dos EUA”, disse Majed al-Ansari.
Na sexta-feira, Biden divulgou uma proposta de cessar-fogo em três fases para que Israel e o grupo islamista palestiniano Hamas ponham fim à guerra em Gaza que matou dezenas de milhares de pessoas e criou uma crise humana. A proposta inclui um cessar-fogo, a libertação dos reféns israelitas e de prisioneiros palestinianos, e a reconstrução de Gaza.
“O acordo de cessar-fogo deve pôr fim imediato ao sofrimento de longa duração de todas as pessoas em Gaza, e dos reféns e das suas famílias, e fornecer um guião para um cessar-fogo permanente e para o fim da crise”, disse Al-Ansari. O Qatar disse estar ainda a tentar encontrar uma linguagem que fosse aceitável para as duas partes. “Estamos agora a dar os nossos melhores esforços para terminar o acordo”, acrescentou.
O dirigente do Hamas Sami Abu Zuhri criticou os pedidos de Washington e do Ocidente para que o grupo aceite a proposta avançada por Biden, dizendo que “é como se fosse o Hamas que estivesse a impedir o acordo”.
Em declarações citadas pelos canais de comunicação do Hamas, Abu Zuhri disse que Israel não está a falar a sério sobre alcançar um acordo sobre Gaza e continua a manobrar sob a protecção dos EUA.
No domingo, os EUA disseram que, se o Hamas aceitasse o plano proposto, Israel iria seguir o mesmo exemplo.
“Esta foi uma proposta israelita. Temos todas as expectativas de que, se o Hamas concordar com a proposta, tal como lhes foi transmitida, então Israel iria dizer sim”, disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, à ABC News.