O presidente da Câmara de Lisboa afirmou, esta terça-feira, que “valeu mesmo muito a pena” o investimento do município na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), considerando “absolutamente único” o impacto económico de 370 milhões de euros no curto prazo.
“Valeu a pena, valeu mesmo muito a pena, porque quando olhamos para aquilo que a cidade fez, o esforço que fizemos, o esforço colectivo, e que investimos esses tais 35 milhões [de euros], dos quais 25 foram para a cidade, portanto, no fundo, o que a cidade investiu foi 10 milhões, e que estes 35 milhões se multiplicaram pelo menos 10 vezes. Aquilo que temos aqui de impacto económico são 370 milhões de euros no curto prazo, dos quais 290 milhões na região de Lisboa”, afirmou Carlos Moedas (PSD).
O autarca de Lisboa falava aos jornalistas após receber nos Paços do Concelho o presidente cessante da Fundação JMJ, o cardeal Américo Aguiar, que lhe entregou o relatório de contas do evento. Na sexta-feira, o ainda presidente da Fundação JMJ apresentou o balanço das contas da JMJ, que decorreu de 1 a 6 de Agosto de 2023, em Lisboa, revelando que o evento teve um resultado positivo global de cerca de 35 milhões de euros e que, segundo um estudo do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), provocou um aumento a curto prazo do nível da actividade económica de pelo menos 370 milhões de euros, concentrados essencialmente em Lisboa e em 2023. Considerado o maior acontecimento da Igreja Católica, a JMJ em Lisboa juntou 1,5 milhões de jovens de todo o mundo, com a presença do Papa Francisco.
Prestando contas aos lisboetas, o presidente do município da capital disse que “é absolutamente único” o retorno da JMJ, referindo que “há poucos investimentos que possam ser multiplicados por dez” ao nível da actividade económica, enaltecendo o resultado positivo de 370 milhões de euros “em valor acrescentado bruto”, assim como a criação de dez mil postos de trabalho no curto prazo.
“O valor da jornada foi muito superior a este valor, porque há muito que não se pode aqui quantificar. Aquilo que foi a alegria que vivemos, aquilo que foi o impacto na cidade do dia-a-dia. Nunca vamos esquecer aqueles seis dias, mas aqui está a prova que valeu mesmo muito a pena”, sublinhou o autarca, lembrando que na preparação do evento foi criticado por falar em retorno económico, porque houve “um cepticismo enorme”.
O presidente cessante da Fundação JMJ indicou que a reunião com a Câmara Municipal de Lisboa faz parte das “últimas páginas da história” do evento, que teve “um fim feliz”, renovando o agradecimento “à cidade, aos lisboetas, aos que ajudaram, aos que sentiram os incómodos – e foram muitos –, aos que estavam zangados, a todos, todos, todos”. Afirmando que a transparência e o escrutínio “são muito importantes”, o cardeal Américo Aguiar reiterou que o resultado das contas da JMJ é positivo. “Correu bem. Foi um sucesso. Deu lucro”, salientou.
O dossiê do evento vai passar para alçada do cónego Alexandre Palma, que tomará posse como presidente da Fundação JMJ em Julho, cumprindo com o compromisso de investir o lucro em projectos ligados aos jovens, prioritariamente nos municípios de Lisboa e Loures. “Não me repugna que todos os municípios do país e até projectos de outras partes do mundo possam também usufruir de apoios a projectos ligados à juventude, mas, como disse, faz todo o sentido que aqueles que mais colaboraram, que mais deram e que mais se entregaram tenham a expectativa de ter um retorno significativo”, declarou Américo Aguiar.
O autarca de Lisboa concordou: “Também não me choca que seja noutras partes do país e do mundo, mas que aqui, que fizemos a maior parte do investimento, seja também a maior parte desse investimento na cidade e, sobretudo, nos jovens da nossa cidade que tanto precisam”.