Alex de Minaur chegou a Paris com o intuito de fazer melhor do que nos anos anteriores: passar as duas primeiras rondas do torneio de Roland Garros. Uma semana e meia após o início do torneio, o australiano de 25 anos vai disputar pela primeira vez os quartos-de-final da prova francesa. E depois de somar a quinta vitória sobre um top 10 em 2024 e a primeira sobre um top 5 em terra batida. A vítima foi Daniil Medvedev, que nunca gostou deste piso.
“Sempre pensei que, para jogar bem na terra batida, precisava de calor e condições rápidas, mas todo este torneio tem provado o contrário, certo? É um choque completo para o sistema, para tudo em que sempre acreditei. Agora, o mais difícil é lidar com minha equipa porque, obviamente, tem-me aturado muito, a reclamar todos esses anos do meu nível na terra batida”, brincou De Minaur (11.º), depois de vencer Medvedev (5.º), por 4-6, 6-2, 6-1 e 6-3.
O tenista de Sydney, filho de mãe espanhola e pai uruguaio, mostrou as suas maiores qualidades: grande rapidez de movimentação, serviços acima dos 200 km/h e variação de jogo incluindo amorties e subidas à rede. Incapaz de fazer mossa com o seu jogo, em especial com o primeiro serviço reduzido a 62% de eficácia, Medvedev foi acumulando erros, terminando com um total de 42.
“Consegui derrotar um adversário de qualidade numa quarta ronda de um Grand Slam, que era um objectivo que tinha colocado, para ir mais longe nestes eventos… estou muito orgulhoso”, confessou De Minaur, que tinha como melhor resultado num major um quarto-de-final no US Open de 2020, desfalcado de alguns tenistas de topo.
Agora, é o primeiro australiano a chegar aos “quartos” em Paris desde Lleyton Hewitt em 2004 – viria a perder com o futuro campeão, Gaston Gaudio. Os outros objectivos de De Minaur são qualificar-se para as ATP Tour Finals e figurar entre os cinco melhores do ranking mundial. No imediato, o próximo desafio é suceder a Pat Rafter, semifinalista em Roland Garros há 27 anos, tendo para isso de ultrapassar o vencedor do duelo da noite, entre Alexander Zverev (4.º) e Holger Rune (13.º).
Djokovic volta a imperar
Mais tarde, Novak Djokovic obteve a 370.ª vitória em torneios do Grand Slam e a segunda consecutiva alcançada de forma dramática. O líder do ranking mundial, que no sábado terminou o encontro de cinco sets às 3h07 da madrugada, teve de lidar com uma lesão no joelho e de, no quarto set, recuperar de 2-4 e anular um break-point a 5-5, antes de vencer Francisco Cerundolo (27.º) ao fim de mais de quatro horas e meia: 6-1, 5-7, 3-6, 7-5 e 6-3.
“Tenho de agradecer aos adeptos, como no encontro anterior, contra Musetti. Vocês deram-me muito apoio. Não há muito mais que possa dizer. Talvez eu tenha ficado a uns três, quatro pontos de perder hoje”, reconheceu Djokovic, que vai agora reeditar a final de 2023 com Casper Ruud (7.º), que eliminou Taylor Fritz (12.º), por 7-6 (8/6), 3-6, 6-4 e 6-2. “Não tenho nada a perder. Não interessa onde seja o encontro, defrontá-lo é um dos maiores desafios do nosso desporto. Vou tentar o meu melhor para vingar-me”, adiantou Ruud.
Pela terceira vez nos últimos 30 anos, as cinco primeiras cabeças de série do quadro feminino atingiram os quartos-de-final em Roland Garros, repetindo o sucedido em 1996 (Monica Seles, Steffi Graf, Conchita Martinez, Arantxa Sanchez Vicario e Iva Majoli) e 2013 (Serena Williams, Maria Sharapova, Victoria Azarenka, Agnieszka Radwanska e Sara Errani).
Aryna Sabalenka (2.ª) derrotou Emma Navarro (24.ª), por 6-2, 6-3, e Elena Rybakina (4.ª) venceu Elina Svitolina (19.ª), por 6-4, 6-3, para se juntarem a Iga Swiatek (1.ª), Coco Gauff (3.ª) e Marketa Vondroudova (5.ª).